
Todos nós temos feridas emocionais que foram guardadas num lugar escondido em nosso inconsciente.
Os conflitos não resolvidos voltam sempre com nova roupagem numa tentativa de nos dar sempre nova chance de revive-los e curá-los.
Sem consciência da razão das repetições de conflitos e desafios, ficamos presos sempre às mesmas situações manifestando os mesmos comportamentos, com respostas limitadas.
E mesmo quando identificamos os padrões que nos levam ao sofrimento repetido, precisamos saber o que fazer com isso para chegar à cura das feridas emocionais que ficaram registradas.
A cura emocional
Quando se fala em cura emocional é comum esperarmos resultados rápidos em um processo linear de aperfeiçoamento e evolução. É muito empolgante e motivador quando começamos o despertar da consciência e algumas coisas começam a fazer sentido. Como se observássemos de longe, de um ângulo diferente, as dinâmicas de nossa própria vida e muitas coisas fossem postas à luz.
O fato é que a cura emocional é um desafio, talvez a própria razão do existir. Sendo assim, já é de se esperar que seja um processo demorado e contínuo.
Autoconhecimento
Em primeiro lugar, para nos curar precisamos reconhecer a “doença”. Não há como ser curado de algo que negamos possuir ou que desconhecemos. Negar encobre ainda mais onde está a raiz de suas dores.
Assim, discursos superficiais moralmente aceitos não ajudam no processo. Continuar contando para nós mesmos as mesmas mentiras não nos fará sair do lugar onde estamos.
Mágoas por nossos pais, por exemplo, são causas comuns de dores emocionais enraizadas profundamente. Porque religiosamente e moralmente não devemos ter mágoa de nossos pais. Aprendemos essa lição desde muito cedo.
Mas é comum que a criança não tenha conseguido elaborar e compreender todas as atitudes e condutas dos pais pois não tinha maturidade suficiente para isso. Ela interpretou alguma situação como desamor, abandono, rejeição. Talvez tenha sido mesmo negligenciada e talvez não.
Independente disto, uma ferida se abriu. E jamais se fechou porque ficou a vida toda escondida porque era uma mágoa “feia”, injustificável, pecado. Seria “mimimi” assumí-la, então melhor escondê-la, nossa mente conclui.
Olhando para si verdadeiramente podemos iniciar a jornada pelo autoconhecimento e automaticamente o processo de cura. Porque sim, a verdade nos libertará!
Descobrir nossa verdade é o processo onde deixamos de lado todas as máscaras construídas ao longo do tempo. E assim percebemos onde dói e porque dói. Sem julgar se aquela dor é coerente ou não. Apenas identificando-a.
As conclusões que surgem libertam as mensagens que ficaram por anos guardadas nos porões do nosso inconsciente e assim elas perderão o poder que exercem sobre nós.
Muitas ferramentas são usadas para auxiliar este processo. Terapeutas e psicólogos dispõem de técnicas específicas para ajudar.
O problema é que queremos resultados instantâneos e rápidas mudanças de comportamentos que levaram anos para serem construídos e reforçados.
Mas apesar de querermos, não é assim que acontece.
A cura está no caminho
A verdade é que a cada descoberta, cada observação consciente de nossas próprias respostas e padrões, de nossas dores e feridas, o caminho da cura está sendo construído. Aos poucos, como os padrões antigos foram.
E pode ser que durante o trajeto a gente se perca e desacredite que algum efeito está sendo criado. É normal. O importante é manter-se na estrada.
Infelizmente há momentos em que nos comportamos como nosso inimigo e queremos nos desviar das mudanças que demandam energia e tempo, mas que nos abrem infinitas possibilidades. É um mecanismo de economia de esforço, onde a ilusão de que a zona de (des)conforto é melhor do que o desconhecido, aparece.
Quando você iniciar seu processo de cura, lembre-se que a cura não é o destino da jornada, mas o próprio caminho. Um caminho para corajosos, mesmo aqueles que sentem medo!
Se você está aqui, lendo este texto, certamente você já iniciou seu caminho e consequentemente você já está se curando!
Neste caminho você pode contar com a ajuda de outros que estejam no mesmo processo, com a ajuda de um profissional terapeuta, psicólogo. Você pode contar com a ajuda espiritual, seja qual for sua crença. Sempre há oportunidades, mas precisamos estar acordados para vê-las.
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