
Quem sou eu?
Talvez esta seja uma das mais angustiantes perguntas que um ser humano fará a si mesmo em algum momento da vida.
Eu não sou apenas meu nome, minha profissão ou os papéis que assumo no meu dia-a-dia.
Mas então quem sou eu? Difícil responder, não é?
Isto porque não temos culturalmente o hábito de perceber de forma clara quem somos no decorrer de nossa existência e assim corremos o risco de viver de forma artificial e frustrante até que o autoconhecimento se torne inevitável e a reconexão com nossa essência, inadiável.
Neste artigo você verá 3 dicas para iniciar seu processo de autoconhecimento.
O que é autoconhecimento?
Este é um termo bastante utilizado dentro das diferentes ciências, como a filosofia e a psicologia. Grandes estudiosos e pensadores falaram sobre este processo que pode nos abrir uma gama de descobertas sobre nós mesmos.
Perguntamos para a psicóloga Keila Maria1, que auxilia pacientes que buscam saúde mental, através da plataforma newhappen qual seria a definição de autoconhecimento:
“Autoconhecimento é você ter consciência de quem você é, de como você percebe o mundo, das suas habilidades é ter consciência das suas fragilidades. Reconhecer seus pontos fortes e fracos.”
O autoconhecimento não é uma tarefa fácil nem rápida pois precisamos encarar nossas fraquezas e defeitos com sinceridade abandonando irreais expectativas ou julgamentos.
Também não é algo permanente, porque estamos sempre em transformação, portanto nem sempre seremos os mesmos durante a vida.
Dica 1: Auto-observação
O autoconhecimento surge da auto-observação em diferentes situações onde passamos a refletir sobre as reações que temos, muitas vezes primitivas, inconscientes frente aos desafios a que somos apresentados.
A autodescoberta pode parecer assustadora e decepcionante às vezes porque descobrimos comportamentos indesejáveis que estavam escondidos da nossa consciência, aos quais chamamos sombra.
Por exemplo, começo a observar as vezes em que sou agressiva verbalmente com as pessoas e a cada vez que isso acontece passo a perguntar conscientemente: “estou novamente sendo agressiva, porque reajo assim? Como me sinto depois que agrido? Quando comecei a ter este tipo de reação? Que ganho esta reação tenta me trazer?”
Você não precisa fazer nada além de observar e refletir. E então certas conclusões se tornam mais claras conforme o tempo passa e os comportamentos antes inconscientes e incontroláveis se transformam naturalmente. Você só precisa aceitar que esta parte “feia” identificada também faz parte de você juntamente com suas habilidades e qualidades consideradas “virtudes”.
Chegará o dia em que você notará que a reflexão virá antes das reações acontecerem. Por exemplo: “esta situação está fazendo eu me sentir ameaçada, mas posso escolher ser agressiva ou não e sei as consequências desta escolha”.
Com a auto-observação frequente, praticada como um exercício, as reações imediatistas e irracionais tenderão a ser minimizadas. E é assim que evoluímos como seres humanos, aprendendo com as situações que vivenciamos e seus efeitos.
Observe com acolhimento suas reações e sensações. Amor próprio é fundamental.
Dica 2: Terapia
Não precisamos passar por este processo sozinhos. Existem profissionais terapeutas e Psicólogos, que auxiliam nesta descoberta através de sessões de terapia, conforme nos afirma Keila Maria:
“A terapia é uma ferramenta extremamente eficaz porque promove essa consciência de ser e de como lidar principalmente com as nossas dificuldades”.
Nas sessões de terapia recebemos ajuda e direção nesta missão de descobrirmos a nós mesmos. É um apoio onde não recebemos respostas prontas mas somos ajudados a organizar os pensamentos para chegarmos às nossas próprias conclusões e decisões.
O terapeuta oferece possibilidades de autoconhecimento além da auto-observação através de técnicas especificas de abordagem.
Além disso a terapia nos auxilia no aprendizado de novas habilidades para lidar com os desafios internos e externos aos quais passamos.
Mas não há terapia eficiente se não estivermos dispostos a descobrir quem somos verdadeiramente e a tirar o máximo proveito do potencial identificado, modulando os excessos e acrescentando o que nos falta.
Dica 3: Diário de emoções
Mas se você não tem acesso neste momento a um terapeuta, a psicóloga Keila Maria dá uma dica para iniciar seu processo de autoconhecimento sozinho:
“Um exercício que você pode fazer pra iniciar sua jornada nessa busca é o diário de emoções onde você registra o que sente e como reagiu aquilo que sentiu. Uma vez na semana você pode reler esse diário e refletir sobre os pontos que desejar modificar.”
Escrever é uma forma de extrairmos nossa essência de nosso insconsciente. Você pode escrever sem pensar que alguém um dia irá ler o que você escreveu.
Desta maneira você elimina a autocobrança de ser aquilo que os outros esperam ou você mesmo se exige.
Por exemplo, você pode admitir suas sombras reprovadas socialmente: assumir que sentiu inveja, raiva, preguiça e analisar os contextos destas emoções.
Ou seja, com estas 3 dicas não tem desculpa para não começar hoje mesmo sua autodescoberta.
Tenho certeza de que seu processo será individual mas afetará muitas pessoas que convivem com você.
Viver com consciência de quem somos é permitir que a partícula divina que habita em nós seja verdadeiramente expressa através de reações e atitudes mais lúcidas e amorosas.
Lembre-se de amar quem você é. Observe, aceite e aprenda com suas descobertas, deixando pra trás as ilusões de quem você pensa que é ou gostaria de ser.
Assim você terá mais confiança para continuar sua jornada de aprendizados nesta experiência misteriosa a qual chamamos de vida!
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- Keila Maria de Lima é Psicóloga (CRP 08-09652) que atua na abordagem Cognitivo Comportamental. Especialista em Psico-Oncologia; Terapia Cognitivo Comportamental e Gestão em Saúde. Também realiza Avaliação Psicológica para Procedimentos Cirúrgicos. Atendimentos via plataforma newhappen ou WHATSAPP (44) 98804.6547. ↩︎